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Madre Maria Clara do Menino Jesus

Padre Raimundo dos Anjos Beirão

Com uma bondade transbordante e ternura pelos desassistidos, a Serva de Deus Madre Maria Clara do Menino Jesus dedicou a vida inteira a minorar sofrimentos e dores dos mais necessitados. Sob sua generosa atuação, a Congregação buscou estar presente e atuante nos lugares onde houvesse o bem a fazer. Fundou Centros de Assistência, Atendimento e Educação, nos quais os desvalidos encontraram acolhida fraterna, alimento e amparo. No período em que foi Superiora Geral, foi responsável pela abertura de mais de 100 obras em quatro continentes e recebeu mais de mil Irmãs.

Um passo importante em reconhecimento ao legado de Mãe Clara foi sancionado pelo Papa Bento XVI, que aprovou o milagre atribuído à intercessão da Venerável Serva de Deus. Como parte do processo de canonização, a Mãe dos Pobres, como é carinhosamente chamada, será beatificada, em solenidade programada para o primeiro semestre de 2011.

Nascida em 15 de Junho de 1843, em Amadora, Lisboa, Libânia do Carmo Galvão Mexia de Moura Telles de Albuquerque ficou orfã após as epidemias de 1856/57 e foi educada no Asilo Real da Ajuda, voltado às famílias nobres. Na juventude, recebeu o chamado do Senhor e cumpriu sua caminhada de entrega filial à Deus, consagrando-se na Ordem Terceira de São Francisco, com a orientação espiritual do Padre Raimundo dos Anjos Beirão. Tornou-se Capuchinha, em 1869, quando recebeu o nome de Irmã Maria Clara do Menino Jesus. Fundou a primeira comunidade, em São Patrício, em 1871, e após cinco anos, em 1876, a Congregação era aprovada pela Santa Sé.

Padre Raimundo dos Anjos Beirão, fundador da CONFHIC, foi um testemunho vivo da hospitalidade que fundamentou a Congregação desde o seu princípio. Com extrema simplicidade e pobreza, na abnegada dedicação aos mais carentes, Pai Beirão, como é chamado com ternura, é o guardião da família religiosa que se espalhou por diversos países. Segundo o relato da primeira Cronista da Congregação, em 1896, “com o incansável zelo do nosso fundador e pela boa direção que ele dava às almas, quase por todo o país, pois não havia terra grande ou pequena onde não fosse conhecido e (não fossem) reconhecidas as suas grandes virtudes, grande número de pessoas piedosas corria a alistar-se nesta apenas começada, mas muito conhecida, Congregação”.

Aos 16 anos, ingressou na Terceira Ordem Regular de São Francisco de Assis, onde recebeu o nome de Frei Raimundo dos Anjos. Foi ordenado Sacerdote, em 1833. O movimento liberal daquela época o obrigou a abandonar o Convento, quando passou a dedicar-se com afinco à pregação por todo o país. Conforme o Decreto de 6 de Maio de 1855, foi titulado Missionário Apostólico ad suum beneplacitum pela Congregação Romana da Propaganda Fide.

Pessoa simples e de notáveis virtudes, Pe. Beirão foi cantor e músico, inclusive compôs alguns opúsculos com novenas e outros temas religiosos. Abraçou a causa dos mais necessitados desde o início da sua vida sacerdotal, quando fundou a Associação dos Filhos de São Caetano, que acolhia meninos sob seus cuidados e orientações educacionais. Esta vivência de perto com o sofrimento dos excluídos, o impulsionou a fundar uma Congregação Religiosa, que atuasse noite e dia, com desvelo e carinho, junto aos doentes. Para transformar este sonho em realidade, Libânia do Carmo foi o instrumento enviado por Deus.